terça-feira, 4 de setembro de 2007

Sozinho


Quando cheguei a tardinha de sol poente,
Notei que a porta não estava entre-aberta.
Que a mesa não estava posta,
Que a toalha não estava estendida,
Que os lençóis não me esperavam como antes,
E que seu cheiro não pairava mais no ar.

O silêncio mórbido era a presença mais marcante,
Um nó estreitava a garganta.
Vi que sua vida
Não estava mais em minhas gavetas,
Espalhadas no meu quarto,
Lado a lado no meu leito.

Neste momento prefiro a escuridão que me cobre aos poucos,
A certeza da ida sem volta me atormenta.
Quero um mundo de morfina e anestésicos,
bálsamos para as noites em frio.

Quero um canto silencioso, de brisa que me corta a carne
Que me mostre falhas e erros.
Quero o conforto daquela serra, que ao longe da minha janela,
Me faz companhia nesses dias de gloria e dor,
Sozinha como eu.

5 comentários:

Anônimo disse...

Descreveu com perfeição a solidão de um homem apaixonado, muito bom, parabéns!!!

Anônimo disse...

Lindinho amei, como sempre tudo que escreve é muito lindo mas essa é especial...... simplesmente adorei.

Unknown disse...

Me emocionou moço poeta. São as melhores palavras na melhor ordem.Você, nessa poesia encontrou versos de beleza singular, com critério, argumentação e encadeamento, imaginação, criatividade, sensibilidade, coerência, agilidade e melodia perfeita que me encanta, sobretudo por sua espontaneidade em falar da solidão. Continue assim, promovendo alegria e felicidade, contribuindo assim para edificação cultural do povo.
PARABÉNS!!!!!

luth peixoto disse...

gostei muito de 'sozinho".
uma boa poesia é aquela que nos coloca dentro dela, é aquela que parece que foi feita pra gente... parabéns.

Cris disse...

Simplesmente maravilhoso, me tocou fundo, pois é o que sinto no momento, Sozinha...
Parabéns!!!