segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Escuro


Minha casa continua no escuro
e a vontade de voltar é retardada.
Ñão sei se isso é o que eu quero.
Na indecisão me deixo ser levado
de um lado eu vejo o mundo
Imundo é o lado que eu permaneço.
E o tempo vôa.
E eu me acostumo nessa ausência,
esperando talvez que algo aconteça,
mas o cotidiano mostra que a face oculta,
me alimenta pela metade,
e de metade em metade eu sigo dividido,
em milhares de faces num reflexo de um espelho quebrado.
E assim vou, achando natural,
o desconforto dos braços que me acalenta.
É tarde.
E mesmo escura, a minha casa ainda é o meu refugio.
O meu cachorro ainda me reconhece, e me lambe o rosto,
como muitos lambem o meu olhar.
Deito e durmo, na certeza que amanhã,
minha casa ainda permanecerá escura.

Nenhum comentário: